MITOS E REALIDADES
NA VIDA DO PROFESSOR

Por

Luís Aguilar

 

A acção de formação de professores Mitos e Realidades na Vida do Professor, centra-se na personagem do educador, enquanto pessoa, na sua representação mítica, nos ideais que desenvolve e tem como pano de fundo, um cenário pessoal e profissional, situado algures na paisagem educativa. A idealização que o professor faz de si próprio, dos outros e da escola tende a projectar-se em imagens, labirintos e cenários que, nesta sessão experimental, se propõe, sejam analisados e, em consequência, identificados e inseridos no processo de desenvolvimento profissional e evolução pessoal do professor. Com efeito, ao constatarmos que o mundo afectivo e emocional do professor, oscila entre a sinceridade e o disfarce e interfere no seu espaço profissional, pensamos ser urgente precisar imagens, atitudes, ilusões, ideais, comportamentos e modelos, veiculadas por esse nosso herói que, na sua verdade específica, procura Saber-Conhecer, Saber-Fazer mas, também, Saber-Ser e Saber-Mudar.
Através da vivência experimental de situações metafóricas de jogo de papéis e simulação, no quadro de uma pedagogia diferenciada, esta acção de formação aberta aos professores dos Ensinos Básico e Secundário e a Educadores de Infância, situa-se num plano experimental e pretende proporcionar, ao longo de vinte e cinco horas, um espaço-tempo, simultaneamente, transaccional - desencadeador do encontro entre os participantes e transicional - gerador de uma atmosfera segura, permissiva e controlada de análise reflexiva de atitudes, comportamentos, tensões, sentimentos e emoções. Privilegiam-se, assim as múltiplas relações entre os conteúdos da Ciência Psicológica e da Ciência Pedagógica, nomeadamente, as que se reportam às inter-relações pessoais e às diversificadas formas de expressão e comunicação.
Ao submeter e confrontar, pela análise dessas mesmas situações experienciadas, o nosso próprio modelo de intervenção, com o dos professores participantes, as nossas concepções sobre a intervenção educativa serão, desse modo, analisadas e criticadas, o que possibilitará o aprofundamento e a progressão do nosso próprio modelo e conduzirão os participantes a uma mudança de perspectiva sobre a sua própria concepção de intervenção educativa, e confrontando-a com a dos outros. A especificidade de cada modelo em questão não é incompatível com a emergência de um eventual denominador comum a todos os modelos de acção pessoal e profissional presentes.